Olá Pessoal,
Último dia da semana, dia do homem e o dia em que o gato põe-se de pé...
Hoje trago para a reflexão, o relato de uma personagem que acredito que exista no seio de convivência de todos nós. Aqueles que vivem basicamente de aparências e julgam ser capazes de quase tudo.
Aqui vamos...
A
máscara do aparecedor
O aparecedor,
neste baile de máscaras é basicamente aquele cidadão que vive e ostenta de uma
imagem que não lhe pertence. É um cidadão visto como camaleão a tentar se
passar por leão enquanto é na verdade um simples rato. A sua máscara admite
várias configurações mediante o ambiente em que se encontra e é isto que faz
dele o cidadão mais mascarado dentro do baile pela forma como o mesmo, com
apenas uma máscara consegue admitir várias imagens dentro do mesmo baile.
Mesmo
sem finanças estáveis ou um emprego que lhe permita se virar com alguma
mobilidade, o aparecedor está sempre bem vestido e sempre bem-disposto a
causar uma boa impressão a seu respeito. A sua imagem é impecável e ele tudo
faz para não compromete-la.
Frequenta
os locais mais luxuosos e tem supostamente as melhores amizades. Das mesmas
amizades depende grande parte das suas acções pois além de apoio moral e elevação
da auto-estima, o aparecedor recebe dos amigos, bens materiais que lhe permitem
desbundar por aí.
O
aparecedor tem um carro de luxo mas não tem uma casa decente. O mesmo vive em
um quarto de aluguer e em condições aparatosas. O seu exterior é mais
importante do que o interior, ou seja, a sua vida decorre fora de casa e dentro
dela não há o que fazer.
O
aparecedor é intermediário, é mixeiro**, é um cidadão que na burla vê
benefícios e em um fato de marca ostenta a imagem do riquinho**. É um
aproveitador nato e chega a ser muito inteligente para o contexto em que está
inserido. A sua máscara é difícil de manter a face pela complexidade que a
mesma acarreta e só os melhores bajuladores a conseguem usar.
O Big
Boss tem tanto num dia que não precisa poupar. Ele vive o momento. Sujeita-se a
trabalhar atrás da micha** durante o dia para durante a noite esbanjar e manter a
sua brilhante imagem daquele que tudo paga. O Big Boss é totalmente
comprometido com a sua causa.
O
Aparecedor é actualizado e sabe sempre dos factos que circulam pela alta
sociedade.
O
aparecedor nunca saiu de Angola, pouco lê mais conhece imensos locais no
exterior e no interior do país e com alguma ousadia e propriedade fala dos
mesmos, fruto de relatos e ouvi dizer dos seus amigos manda chuvas que de
alguma forma funcionam como escolas de formação e alimentação da sua imagem de boss.
O
Aparecedor é primo de figuras e sobrinho de dirigentes. É um cidadão muito
conhecido e querido no seu seio. Ele faz acontecer e consegue fazer chover onde
há sol. A sua máscara dá-lhe muitos benefícios desde fama, mulheres e um mérito
que não lhe é merecido.
O mesmo
faz inúmeras promessas a pessoas diferentes, pede empréstimos a sua máscara vem
ao chão quando a realidade lhe bate a porta e na primeira pessoa lhe vai cobrar
o tempo perdido e aí não tem volta. Paga com o que lhe resta: saúde, integridade
e a sua imagem de ostentação. Depois de perdidos estes recursos, a realidade
torna-se mais dura para ele pelo facto de perder o prestígio perante as pessoas
que agora lhe vêem como mais um e a coisa só piora quando as dividas e
promessas começam a ser cobradas.
Nesta
fase a vergonha e a desilusão abraçam o Big Boss e com ele caminham diariamente
até que o mesmo venha tomar consciência para ganhar a vida de forma mais
íntegra ou ainda para preparar a sua nova investida, rumo a novos e mais
sofisticados aparecimentos, visto que os seus métodos e a máscara anterior já
foram descobertos e perderam a sua validade no tempo e no espaço.
Bom final de semana....
Por: Emerson JC Lourenço AKA DAltton
Em: "O Baile de Máscaras"
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