Uma questão pertinente:
A quem recai o dever de limpar as cidades em que
habitamos?
a)
Ao governo
b)
A população em
geral
c)
Ambas as partes
Para uma cidade que já foi considerada das mais limpas
de África, a cada dia que passa, Luanda tem perdido lugar no que concerne a
limpeza e saneamento básico. Caracterizada pela triste paisagem de vários cúmulos de lixo em locais impróprios, bem como aguaceiros ao longo de muitas
ruas em diversos bairros.
Tudo isto porque as empresas de saneamento existem
ainda a um número muito pequeno em relação a aquela que é a demanda de
habitantes e a quantidade de resíduos que se produzem em cada dia.
Por outro lado, a população em diversas zonas ainda
nega-se a por a mão na massa e não optam por limparem o que sujam ou
trabalharem em conjunto para limpar o que a maioria sujou. Conformam-se com a
situação e defendem-se a base de expressões como: “isso é angola”, “o país já
está estragado”, “isso é trabalho do governo”, entre outras afirmações que só
pioram o quadro actual.
Cada um deita o seu lixo onde quer e bem entende. Até
uma lata de gasosa, um pedaço de papel, um saco plástico ou uma embalagem de um
produto qualquer, depois de usado, os consumidores dão-se o luxo de jogar os
mesmos ao longo da via pública, esperando que outro venha a limpar por eles.
"A união faz a força e uma cidade suja é indício de
doenças".
Pessoalmente acredito que somos todos culpados por
isto, desde as entidades gestoras do sistema de saneamento da cidade até aos
cidadãos em particular.
A minha proposta de solução passa pelo trabalho
conjunto e paralelo entre as administrações e a população.
Com o intuito de gerar uma relação de ganho para ambas
as partes (win & win), onde as administrações ganham tempo com a
minimização do volume de trabalhos e os cidadãos ganham a qualidade de vida com
a limpeza da cidade. Devem organizar-se desde campanhas de educação ambiental,
sensibilização, limpeza e o fornecimento de todo o material de apoio necessário
a realização das tarefas.
Os cidadãos devem ter a sua disposição em cada
domicilio os contentores particulares, sacos plásticos para lixo, contentores
colectivos em diversos pontos de recolha para cada bairro bem como todo o
utensílio de limpeza que possibilite realizar campanhas voluntárias a nível do
bairro. E por outro lado os particulares devem receber este incentivo e a
partir daí também cultivar a mentalidade solidária, pois a preservação do
ambiente é responsabilidade de todos.
A criação de movimentos ambientalistas causará um grande
impacto porque por intermédio dos mesmos poderemos organizar com maior
periodicidade as tais campanhas de limpeza ou arborização e tantas outras o
quanto forem possíveis.
A responsabilidade social deve existir no senso comum
de cada cidadão ao invés de esperar sempre que o governo ou outra entidade faça
por nós. Democracia é o povo e o povo deve trabalhar para melhorar o meio em
que habita.
Um gesto faz a diferença e quem clama por mudança não
pode limitar-se a criticar mas sim dar iniciativas em termos de acções que demonstrem onde se quer chegar.
A nossa cidade mudará se um dia se um dia optarmos
pela gestão comparticipada em que todos os intervenientes são responsáveis pela
limpeza e manutenção do património público. Luanda mudará se as pessoas despertarem
e consciencializarem-se que cada um é capaz de mudar alguma coisa no mundo e
que por pequena que seja a mudança faz sempre muita diferença e contribui para
o equilíbrio do ecossistema.
Uma dica para quem não sabe:
Um pedaço de papel leva de 3 meses a alguns anos a se
decompor, uma lata de em metal leva cerca de 10 anos enquanto os plásticos
levam até 100 anos para a sua decomposição.
Logo:
Reciclar ou deitar em locais apropriados uma lata, um
saco plástico ou um pedaço de papel é menos dispendioso e nada devastador para
o meio ambiente do que deixa-lo a deriva ao longo da via pública.
Vamos olhar para o nosso meio agora e torna-lo num
habitat melhor para nós e para as gerações vindouras. A sustentabilidade é o
futuro de todo o mundo!
Escrito por: Emerson JC Lourenço AKA Dalton
Tema sugerido por Adilson Brandão Da Silva
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